conto de amor nº1
(In Revisão, IN – completo) E eles programavam para toda tarde de domingo, depois da praia e sua ressaca, depois do sol e seus efeitos, depois de tudo que era místico – o prédio, o elevador, as pessoas ( as poucas que se viam por ali) – um encontro. A sala - em tons pastéis - o palco perfeito, e os enfeites, pendurados ou por cima dos móveis, todos comprados em feira. Banhados e queimados, sentavam em posição confortável. Olhavam-se, pois gostavam de se olhar. Primeiro o olhar de criança, de quem se assusta e admira em segundos, depois, o olhar pervertido, o olhar dos amantes. As mãos, antes escondidas, à – toa pela casa, agora cruzam em seus propósitos, mais austeras, mais firmes. As dele aproximam a menina para si , as dela fazem – no recuar. Oscilam entre possuir e não possuir. As bocas, ora vêem- se levemente, ora fogem de jeito agressivo. O silêncio, o mesmo de um acrobata em cordas bambas, é cortado pelo desespero do balé de duas crianças. A testemunhar tudo estão os móveis, empurrados e sacrificados pelo encontro dos amantes. É o fim. Os dois entreolham-se e, atônitos, sorriem. Migram para um outro espaço e não superam ainda a vontade de se encontrar ( um amor de homem fez as devidas correções...a pressa, no entanto, não permitiu) p.s mais tarde, revisado |
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