Pantomima

Um teatro tem sido minha vida inteira...e eu...numa próclise necessária, me divirto com tudo isso...eis a pantomima,um fanzine que não foi...(desboto linhas azuis e pretas num guardador de memórias em papel reciclado...) em tempos vindouros edito tudo isso...ah...amo a palavra "alma"...alma nobre e gentil(?)

quarta-feira, agosto 23, 2006

conto de amor nº1

(In Revisão, IN – completo)

E eles programavam para toda tarde de domingo, depois da praia e sua ressaca, depois do sol e seus efeitos, depois de tudo que era místico – o prédio, o elevador, as pessoas ( as poucas que se viam por ali) – um encontro.
A sala - em tons pastéis - o palco perfeito, e os enfeites, pendurados ou por cima dos móveis, todos comprados em feira. Banhados e queimados, sentavam em posição confortável. Olhavam-se, pois gostavam de se olhar. Primeiro o olhar de criança, de quem se assusta e admira em segundos, depois, o olhar pervertido, o olhar dos amantes.
As mãos, antes escondidas, à – toa pela casa, agora cruzam em seus propósitos, mais austeras, mais firmes. As dele aproximam a menina para si , as dela fazem – no recuar. Oscilam entre possuir e não possuir. As bocas, ora vêem- se levemente, ora fogem de jeito agressivo. O silêncio, o mesmo de um acrobata em cordas bambas, é cortado pelo desespero do balé de duas crianças.
A testemunhar tudo estão os móveis, empurrados e sacrificados pelo encontro dos amantes.
É o fim. Os dois entreolham-se e, atônitos, sorriem. Migram para um outro espaço e não superam ainda a vontade de se encontrar

( um amor de homem fez as devidas correções...a pressa, no entanto, não permitiu)
p.s mais tarde, revisado