(Un coin de table (Um canto de mesa), Henri Fantin-Latour, 1872. Sentados, a partir da esquerda, os poetas simbolistas Paul Verlaine (1844–1896) e Arthur Rimbaud (1854–1891) – Musée d'Orsay, Paris.)
~ NO CABARÉ-VERDE ~
às cinco horas da tardeOito dias a pé, as botas rasgadasNas pedras do caminho: em Charleroi arrio.— No Cabaré-Verde: pedi umas torradasNa manteiga e presunto, embora meio frio.Reconfortado, estendo as pernas sob a mesaVerde e me ponho a olhar os ingênuos motivosDe uma tapeçaria. — E, adorável surpresa,Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos— Essa, não há de ser um beijo que a amedronte!— Sorridente me trás as torradas e um monteDe presunto bem morno, em prato colorido;Um presunto rosado e branco, a que perfumaUm dente de alho, e um chope enorme, cuja espumaUm raio vem dourar do sol amortecido.
Outubro de 1870