Pantomima

Um teatro tem sido minha vida inteira...e eu...numa próclise necessária, me divirto com tudo isso...eis a pantomima,um fanzine que não foi...(desboto linhas azuis e pretas num guardador de memórias em papel reciclado...) em tempos vindouros edito tudo isso...ah...amo a palavra "alma"...alma nobre e gentil(?)

quarta-feira, agosto 30, 2006

Iluminuras e meus livros

Dizem por aí que os livros vão...
eu não acredito

tenho saudades
do meu Charles (AS FLORES DO MAL)
e de Um Quintana de bolso

...
roubei os Irmãs Grimm de Minha avó e os de Álvares de Azevedo (bom proveito)

http://www.portrasdasletras.com.br

Rimbaud...roubaram o meu Charles


(Un coin de table (Um canto de mesa), Henri Fantin-Latour, 1872. Sentados, a partir da esquerda, os poetas simbolistas Paul Verlaine (1844–1896) e Arthur Rimbaud (1854–1891) – Musée d'Orsay, Paris.)

~ NO CABARÉ-VERDE ~

às cinco horas da tardeOito dias a pé, as botas rasgadasNas pedras do caminho: em Charleroi arrio.— No Cabaré-Verde: pedi umas torradasNa manteiga e presunto, embora meio frio.Reconfortado, estendo as pernas sob a mesaVerde e me ponho a olhar os ingênuos motivosDe uma tapeçaria. — E, adorável surpresa,Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos— Essa, não há de ser um beijo que a amedronte!— Sorridente me trás as torradas e um monteDe presunto bem morno, em prato colorido;Um presunto rosado e branco, a que perfumaUm dente de alho, e um chope enorme, cuja espumaUm raio vem dourar do sol amortecido.

Outubro de 1870

terça-feira, agosto 29, 2006

quando eu crescer...

Eu gostaria sim de ter sido um pouco cientista em algum momento de minha vida. Sonhava com insetos presos a folhas de isopor, barquinhos rústicos e índios pintados à margem dos rios Negros e tão Solimões da Amazônia. Mas o que quisera mesmo era ser jornalista, lidar com papéis e seus ruídos tão característicos, olhar de um modo interessante o desenrolar das atividades num aglomerado de gente semi – estranhas...


Hoje,
a Literatura, abençoada menina,
toma a minha vida...

minhas coisas tão pequenas e um livro pequeno



E sinto um gostinho suave no fim da boca...
...
Come way with me and we’ll Kiss on
A mountaintop

Come way with me
And I’ll never stop loving you

(Norah Jones)






Orkut (nem tão redodondo e musical)

Um coisa nova pra essa sexta: cito...talvez não como tenha lido, mas cito..."sou expectadora de mim mesma e por isso preparo sempre o melhor espetáculo..."_____HOJE-Vontade de reler Sthendhal, de compreender a copa e permanecer no orkut...tenho um blog ( um pouco de mim) ...Los e Jones são a trilha sonora de minha verde-lilás vida...Como bombons de chocolate e desconcentro-me por qulaquer coisa POR HORA...( EDITEI):Leio Código da Vinci, firo meu orgulho e preconceito...me rendo à Literatura de massa"vendável"...assumo que assisto "A lagoa azul" e "De Volta à Lagoa azul" como quem beija pela primeira vez, leio tb Quintana...e vejo que mora dentro de mim tudo que nem poesia e conto puderam registrar...como Nissin e tomo vinho branco...num domingo "chuvento",numa noite bonitecida...e um coração apaixonoso,amorosado...____Beleza Obvia? Eu? Nunca...Graça Perfeita, que me são naturais, nariz de simetria singular, alma nobre...Eu que tenho um sótão em minha casa. A mante incondicional de xícaras, lista de coisas preferidas, livros lidos e objetos de desejo.Conveniências mundanas ( chapinha, shopping) me deprimem...Eu que amo papéis amarelados, assoalho de madeira e aquele cheirinho de terra molhada. Eu que tenho um baú e caixas de madeira recheadas de lembranças. Eu e meu coraçãozinho frágil, descompassado.Eu que me reinvento todos os dias...NORAH JONES:música de câmaraCOR VERDE:que me faz verdeCASARÕES ANTIGOS:arquitetura nostálgica que remete à minha pessoinhaPESSOAS: que me são adoráveis,espetáculos diurnos e noturnosOBJETOS E AMBIENTES RÚSTICOS:que trazem à tona o cheirinho da Amazônia e me recordam os índios de um álbum em minha casa... NOVO FETICHE: UM FUSCA verde"Você precisa saber de mim...me ver de perto...(Baby)Ruído bom que me define!E qual o efeito da minha graça perfeita?cartões feitos à mão, uma boa noite temperada com graça, alguns e-mails e pedidos absurdos.E como todo bom raciocínio ofende...vai minha alma lilás untada com margarina...e pimenta do reino!

Um Amor de Wody Allen

" No que dizia respeito às expressões, era insasiável por esclarecimentos e, supondo por vezes terem um sentido mais preciso doq ue realmente têm, fazia questão de saber o que se queria exatamente dizer com aquelas que ouvia com maior frequência serem empregadas: como o diabo gosta, sangue azul, levar a vida na flauta..."
(Um Amor de Swan)

quarta-feira, agosto 23, 2006

conto de amor nº1

(In Revisão, IN – completo)

E eles programavam para toda tarde de domingo, depois da praia e sua ressaca, depois do sol e seus efeitos, depois de tudo que era místico – o prédio, o elevador, as pessoas ( as poucas que se viam por ali) – um encontro.
A sala - em tons pastéis - o palco perfeito, e os enfeites, pendurados ou por cima dos móveis, todos comprados em feira. Banhados e queimados, sentavam em posição confortável. Olhavam-se, pois gostavam de se olhar. Primeiro o olhar de criança, de quem se assusta e admira em segundos, depois, o olhar pervertido, o olhar dos amantes.
As mãos, antes escondidas, à – toa pela casa, agora cruzam em seus propósitos, mais austeras, mais firmes. As dele aproximam a menina para si , as dela fazem – no recuar. Oscilam entre possuir e não possuir. As bocas, ora vêem- se levemente, ora fogem de jeito agressivo. O silêncio, o mesmo de um acrobata em cordas bambas, é cortado pelo desespero do balé de duas crianças.
A testemunhar tudo estão os móveis, empurrados e sacrificados pelo encontro dos amantes.
É o fim. Os dois entreolham-se e, atônitos, sorriem. Migram para um outro espaço e não superam ainda a vontade de se encontrar

( um amor de homem fez as devidas correções...a pressa, no entanto, não permitiu)
p.s mais tarde, revisado