Contos de Amor guardados
O cartaz amarelo preso à parede anunciava: 1º Bienal do livro em São Luís. Em tom amarelado, que mais parecia um anúncio de encontros religiosos...
...
A ‘velha infância’ me faz lembrar dos quinze anos, de quando deparei-me a primeira vez com Marina Colasanti e dos susto que levei com um livro emprestado pela professora: Contos de Amor Rasgados. Decidi que um dia, para além de todas as minhas correspondências e idas e vindas do porão, o meu livro teria por título Contos de Amor guardados.
E quem viu e leu um pouco do que fiz nessa época consegue ver perfeitamente o traço dessa autora tão colasanti em minhas produções.
Tenho ainda a cópia que fiz de dois contos dela e colocados na porta de meu antigo guarda-roupa: A paixão de sua vida e Conto em letras garrafais
A paixão de sua vida
Amava a morte. Mas não era correspondido.Tomou veneno. Atirou-se de pontes. Aspirou gás. Sempre ela o rejeitava, recusando-lhe o abraço.Quando finalmente desistiu da paixão entregando-se à vida, a morte, enciumada, estorou-lhe o coração.
Conto em letras garrafais
Todos os dias esvaziava uma garrafa, colocava dentro sua mensagem, ea entregava ao mar. Nunca recebeu resposta.
Mas tornou-se alcoólatra.
Tão improvável e tão surpreendente. Mexeu, mexeu com minha imaginação...
Incrível esse reencontro. Por três reais Marina em meus braços...evitei, evitei a tarde toda... ao chegar em casa o abracei. Assim como em Clarice: “não era mais um livro, era uma menina com seu amante”
1 Comments:
gostei muito de 'A paixão de sua vida'!
:*
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