Pantomima

Um teatro tem sido minha vida inteira...e eu...numa próclise necessária, me divirto com tudo isso...eis a pantomima,um fanzine que não foi...(desboto linhas azuis e pretas num guardador de memórias em papel reciclado...) em tempos vindouros edito tudo isso...ah...amo a palavra "alma"...alma nobre e gentil(?)

sexta-feira, setembro 29, 2006

Cappuccino



Um dia desses, sem correções...

.... É assim que descreve a minha mãe o que fui em grande parte da infância . “Colocava a mão no formigueiro e se punha a chorar”, ou “jogava a chupeta na rua e chorava pra que a pegasse”, tal comportamento ficou apurado mais tarde. Certa vez foi à praia e achou uma estrela do mar, como as que via nos livros de biologia. Apesar do incansável apelo dos pais, levou a estrela para casa, viu-a morrer depois de algumas horas: ah...eu tinha uma estrela do mar em casa.!

Noutro dia, naturalmente

O que gosta-se no amor?
do tempo nublado, do chão gelado, dos movimentos leves e curtos...da certeza consciente e inconsciente de almas que se pertencem. Dum poema de Cecília, de Ulisses...dum bule verde no fogão...de pegar o bule verde no fogão...das primeiras horas da manhã ...

Pedido Solene

Não me deixa pensar muito amor! E, quando estiver estática, num vislumbre do nada, rouba-me um beijo ou explica-me em tom de seriedade coisas que não sei.

(bilhete, um bilhete num dia quente)

Oscar Wilde



"A gente sempre mata aquilo a que ama: os fortes com um punhal, os covardes com um sorriso"

Oscar Wilde

sábado, setembro 16, 2006

A Rua do Sol

Outro dia desci a rua do sol. Não sei qual é a melhor parte: descer ou subir. Parece que o sol sempre bate do lado direito de quem desce e esquerdo de quem sobe. Mas ainda não sei qual é a melhor parte: descer ou subir.
Mas outro dia desci a rua do sol. Sorrindo, como quem viaja. É, lembrei do velho Quintana e sua fórmula prum mundo melhor: sair de casa como quem vai viajar.
A rua do Sol, se vista de longe, lembra mesmo um sol, se vista de perto lembra uma rua cujo nome, tão simplista, é Sol. Mas o encantamento daquela rua gigante são as pessoas, o movimento, o vai e vêm de pernas, as livrarias e suas vidraças, o cheiro de madeira antiga vindo dos casarões e afinal de contas, a casa de Aluísio, sim, do brilhante Aluísio...é azul...toda azul, e tem um mirante. O Mulato, parte dele, veio de lá, do cômodo da casa azul...quem sabe daquele mirante...e foi com grande dor que deixei a varanda, a varanda com azulejos gastos, ...azulejos de Aluísio.
E ninguém acredita que desço mesmo a rua do sol com sorriso na cara...e ninguém acredita que eu cresci...e que vejo magia em tudo aquilo...
E depois de todo lado direito, pois fujo do sol, daquele sol tão gigante, sobram o teatro, o museu e o antiquário...e é no antiquário que me perco...no meio de tantas caixinhas de madeira, porcelana e objetos guardados...(aquela penteadeira escura com espelho redondo)
Ah...e quando finda o ritual tão gostoso, quebro pro Ribeirão...insisto em ver a serpente Gigante...mas gosto mesmo é das pessoas...

E não sei qual é a melhor parte: descer ou subir

( agorinha mesmo...)

setembro




. “Se não podes trazer a alma das ruas de nada vale teres ido à São
Luís”(Odylo Costa, filho)

Conto dos quinze

( fragmento de um conto produzido aos quinze anos...O vampiro...depois da leitura dos contos de álvares e um conto de Poe)
O pobre infeliz chega à sala, silenciosamente e numa maldita paciência nada faz a não ser deslizar os miúdos dedos no piano. O mau cheiro exalava, o chapéu cobria-lhe a metade do rosto, o que restara eram seus dentes, podia gabar-se de tê-los assim. Passados alguns minutos, incontáveis minutos, o homem de pose singular, que esbanjava uma eterna tranqüilidade, pôs-se a vir até mim. Insensível à dor , encostara os lábios em meu pescoço.
O sangue acabara.
Foi então que, saciado, retirou-se e voou dali para longe, bem longe
...
( Poe e Álvares fizeram parte de minhas leituras aos quinze...sobrou o fascínio - hoje pra mim um tanto bobo- pelos vampiros e seus hábitos...lembro dos sábados na biblioteca do curso...procurava livros estranhos, lendas macabras, histórias de fantasmas...)
*(sem correções)

Conto dos dezesseis

( Aos dezesseis...um conto bobo...permanecem as vírgulas...de quando lia Marina
[... )

Tentou por vezes alegrá-los , mas entristecia-se.Tentou falar-lhes o que sentia, negavam-lhe este direito. Já não queria mais sair, apenas fazia de seus livros o melhor amigo. Passava horas a conversar; caneta e papel na mão.Encerrava-se naquele quarto,e ria e chorava,divertia-se com a dor muda.

E amava o silêncio,a solidão ,que passos já não davam.E ela danava-se a rir e gargalhar. Uma vez ,e esta foi o fiasco,caiu por descuido o papel e a caneta.Zangou-se,nem estes a compreendiam mais,largou-lhes ali mesmo. Definhando e esquecida por todos,já a tratavam como outros móveis,veio o cupim,a poeira. Pela manhã fôra jogada no lixo.

Sonique mota silva
21/03/01

sexta-feira, setembro 15, 2006


Hoje...saudosismo...
Mais um poeta...amante de quando debutante...Fernando Pessoa
Descobri....vê como diz à sua amada: “minha almofadinha cor-de-rosa para pregar beijos”
Imagina...

(suspiros)
Quantos poetas amo ?

um conto que perdi...

Sininho, de sino pequeno, assim assinava em fins de conto e raras poesias. Assumiu pseudônimo engraçado quando da correspondência curta da professora de Literatura:
“ minha querida sininho”
Alma, era de fato seu verdadeiro nome, e como alma, dizem por aí, vestia-se todos os dias: um branco-veludo e, por vezes, em dias de pouco sol, transparente.
História de alma ? Não. História de Amam Etanul, jovem vindo do Egito, pensador, escrevinhador e viajante. ..

(um conto maravilhoso que tinha como cenário o apaixonanate Largo dos Amores [praça Gonçalves Dias]perdi por aí...o que restou...eis que foi tão somente uma introdução)

fragmento de uma carta


Se não pode doar um pouco de amor, se não pode superar, vencer a podridão de tudo que te impede a ir em frente, se não pode ser um pouco mais corajoso e amar, amar intensamente...

(fragmento de uma carta...Fernando Pessoa escrevia cartas brilhantes...essa é minha)

um bilhete eletrônico...

Ah!!! A publicidade desse canal nos faz ler o que não é pra nós... Não resisti!!! Perdoa, vai, mas o clássico, o que é ser clássico??? Depende, minha querida, de que aspecto vc fala, vc lê esse texto multifacetado que é o homem, esse ser tão humano. Seja de que forma for, ninguém resiste à simplicidade, à leveza, ao riso aberto, e se tudo isso tiver sua beleza, e sua cultura, Eros fará sua parte;) Impossível não chorar feito criança ao ler suas palavras, ao reler você, esse sino ressonante que toca em nossos corações mesmo que não estejam em frente às nossas retinas, que como dizia o poeta são assim, tão fatigadas pelo dia. Nunca pude me separar daquele texto não verbal que vc fez na época que foram atacadas as torres gêmeas. Guardo com muito carinho, porque nunca conheci alguém com tanta fé na vida, alguém com o sorriso tão aberto como você, meu querido sininho;)
(recolhido do orkut...professora minha...foi dái que surgiu pra mim a figura dos Modernistas...foi ela que me ensinou todas as Letras)

As crônicas de uma boneca...A biblioteca, o porão e o baú

Da vida nesse ano novo

Mr Jones (Counting Crows), acústico, não é música para ser ouvida quando se está triste nem quando se quer fazer do fim do dia mais primoroso. Sinto que ajo com enorme descontentamento porque há um desarranjo nesta semana, porque fiz em demasia coisas que poderia distribuir para o resto do mês e porque não tenho lido como outrora.
A vida em preto e branco me transforma num imenso paradoxo, numa boneca sem graça e beleza,estática, enfeitando paredes.
Ainda não compreendi o fio condutor de “Um amor de Swan” e, talvez,não queira mesmo compreender e descobrir que não passa de um romantismo barato, meloso e dramático. É desnecessário tanta emotividade quando gostaria mesmo é que me fizessem pensar, ou pelo menos sobreviver bravamente depois da leitura de um Swan ciumento e por vezes infantil.
Como se infantil agredisse os meus valores-tão infantis-, como se não me divertisse mesmo quando vêm à mente do pobre Swan as idéias malucas dos que amam e sentem ciúmes... pobre Swan...

As crônicas de uma boneca.
A biblioteca, o porão e o baú

retardo a leitura desse livro enquanto me ocupo de outras... leio o mundo, hoje tão diferente dos meus “dezenove”, quando só existia mesmo a magia secreta da minha biblioteca, meu porão e um baú...
Descobri o segredo dos homens, dos mais estranhos...e tenho os visto de longe, mantendo-me sempre por perto e sorrindo dos gestos e vidas errantes que levam.
Homens são seres imprescindíveis nesta Terra, homens abrem portas de carro e distribuem flores, homens ficam fortes, envelhecem e morrem.

Do desnecessário prazer de “só ser só”

O prazer de ter um único par de chinelos na casa, um banheiro limpo ( sempre limpo)e de sair às seis e voltar às dezenove...
(e continua...porque o prazer persiste)

Do Orkut...do que foi meu último perfil

As coisas que ainda permanecem ?
o olhar perdido em coisas vãs, o jazz em noites de sexta, a paixão por livros e a vontade de meninar por aí..

“ainda dou risadinhas sinistras , gritinhos finos e escandalosos quando me deparo com coisas e situações pelas quais sou apaixonada..., mas hoje escrevo muito mais... tenho uma espécie de “infância a vácuo” ainda dentro de mim.”

As coisas que vêm ?... as que têm vindo...

Ah, sim, um amor que valha um trecho da canção: “...um amor bandido...”

“só eu sei...veio, já veio...um bem natural...segredo meu”

E mais músicas de câmara, músicas de sexta: Alcione, a velha Norah, a irresistível Maria Rita e pitadas de Los Hermanos.

“Hoje sou consumida por qualquer batida, há dias em que acordo e quero ouvir o Charlie Jr...”

PAUSA: Um instante pros ritos outrora presentes – os passeios no circular 2 e pelas Ruas da Paz e do Sol.

“de como me divertia no circular 2 e atravessar a ponte com pôr-do–sol na cara, ou...andar toda Rua do Sol, entrar nas livrarias, desejar os autores (metonímia), desejar as histórias e gritar por dentro diante dum livro amarelado ou coisa assim...”

VINHO: na cor
“ a blockbuster ...” ...é como me sentiria

MEDO: de baratas
“e de ficar triste...vou perdendo a força...e vai um pouco do que sou...ou vem algo que nunca fui...

WWW.FRASESEPANTOMIMA.BLOGSPOT.COM

Pantomima é uma espécie de teatro, mas é o nome, a musicalidade, o simbolismo por trás disso tudo que a atraiu ao verbete...

“ ao que ele representa também...e por ser comum na Inglaterra...o contexto dá um charme a isso tudo...”

DOS LIVROS: “Seis meses e somente um livro, O Código da Vinci, que não foi arrebatador o suficiente para me fazer falar dele a todo instante, ou um mês depois. Leio agora “ Um amor de Swan”, o meu primeiro de Proust (mais um Francês ). Tenho também ficado tonta por cada verso dos Salmos, brilhante Literatura!

DOS RUSSOS: “ainda não sei bem a quem não resisto, aos Russos ou aos Franceses...tenho saudades imensas de Tolstoi...”

DO RUSSO: “não comentam-se essas coisas...”

Nota de roda – pé : novo perfil válido até que a idéia não fuja de minha cabeça...


Li por aí, em algum lugar, que os leitores são seres humanos solitários, estranhos...de fato, há um mundo só nosso...entra nele quem bate três vezes e diz a palavra correta...pode ser também uma frase ou até um Ruffles...
Eu queria mesmo é poder ter uma casa na montanha, um quarto de frente pro mar, uma escrivaninha e um Bonsai...ah...uma xícara de capuccino mágica...

Os amores são pra vida inteira...eu sei, é clichê...mas amo o clichê que me beija e que me surpreende...amo o clichê que tem sido o melhor dele mesmo...bem, não é um clichê, é um caos e cosmos sonetista ...”ele é bom de se ver e ouvir”

Sonique Mota Silva, professora de Literatura e profunda admiradora de bric- à- brac ( escreve-se assim ? )

Não, não é uma banda de Rock alternativo da Irlanda...é um troço aí que li em Os MAIAS.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Catorze anos




E não compreendia diante daquela Pintura três coisas:
1 como isso pode ser Romântico?
2 quem é Delacroix?
3 como pronuncia?
eu era apena uma pré-debutante
Quinze anos
e lia Cartas Chilenas...
aprendi a sentir frio na barriga e a mentir também
17 ANOS
Percebi que não passaria no vestibular
21 anos
...

Charles(pobre Charles)

Acho que ele não compreendeu...
quando disse (só por dizer)
que sentia saudads do meu Charles...
só queria vê-lo de novo
(não o Charles, mas ele)
e lembrar de quando
falávamos de nossos livros
...
e de quando éramos somente amigos-aventureiros-
e lembrar que depois de umas décadas
ele achou que
eu merecia umas rosas...
(por mim, ontem à noite,
meia noite,
a noite bem no meio)